O cemitério Père Lachaise em Paris não é um cemitério qualquer: é uma das mais visitadas atrações da capital francesa, certamenteporque nele estão enterrados em torno de 141 celebridades. Dentre essas celebridades está Hippolyte Léon Denizard Rivail, um influente educador, autor e tradutor francês, mas os seguidores da Doutrina Espírita o conhecem como Allan Kardec, que se notabilizou justamente como o codificador do Espiritismo.
Percorrendo as várias ruas do Père Lachaise, que existe desde a Idade Média, é perceptível seu aspecto tétrico, os túmulos escuros, muitos abandonados, abertos, enfim, um ambiente que lembra a todo momento e espaço a ideia temerosa de morte como fim de uma única vida, ideia que perdurou por séculos, mesmo depois da vinda do Nosso Irmão e Mestre Jesus. Quando se chega ao túmulo de Allan Kardec, tem-se uma surpresa muito feliz: ele é repleto de flores vivas, muito coloridas, alegres, que quebram e destoam do restante do cemitério. É emocionante!
Quando Jesus, mentor do planeta Terra e filho perfeito de Deus foi enviado à Terra como seu interlocutor, Ele mostrou – dentre tantos ensinamentos importantes feitos por meio de sua mensagem e seu exemplo de amor, de humildade, de generosidade e de todas as virtudes que possam existir – que os mandamentos trazidos à humanidade por Moisés, na verdade se resumem em apenas um: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo com a ti mesmo!
Além de falar de amor num momento da História da humanidade de muita violência e brutalidade – o que chamou a atenção de todos, em especial dos poderosos, sobre Ele -, Jesus trouxe a BOA NOVA: a vida presente é apenas uma das inúmeras que o habitante do planeta Terra tem que viver para evoluir. A morte é apenas um momento de passagem entre uma encarnação e outra, um momento de avaliação do que nela se fez para que esse espírito se torne melhor: no decorrer de uma encarnação, o espírito que habita um corpo material passa por várias provas e expiações, volta a conviver com desafetos de encarnações passadas na tentativa de resgatar a paz com eles, mas, principalmente para que as virtudes de que falou e mostrou Jesus sejam colocadas em prática nas ações de amor ao próximo, vencendo o egoísmo, o orgulho, a intolerância, os piores vícios que impedem qualquer expressão de amor. Só há evolução se o espírito consegue vencer o mal, consegue vencer o seu lado embrutecido, seus instintos, aflorando seus sentimentos bons, suas virtudes.
Codificando as mensagens e os exemplos de Jesus, Kardec desvendou, esclareceu e divulgou a BOA NOVA trazida pelo Mestre na Doutrina Espírita, que eliminou o medo da morte para aqueles que a recebem e nela acreditam. Assim sendo, fica a analogia com o que acontece quando se percorre o Cemitério Père Lachaise: antes de chegar a Kardec, ou seja, antes da codificação do Espiritismo, a morte era algo tétrico, escuro e que causava medo. Quando surge a Doutrina Espírita, a morte passa a ser vista como parte das muitas vidas que virão, passa a ser vista como o túmulo de Kardec: algo florido, vivo, alegre, bonito. Exatamente como a BOA NOVA.
ROSA BELOTO